sexta-feira, 2 de março de 2007

Será que isso aqui muda um dia?

Salve, salve, guerrilheiros... Depois de um longo e tenebroso inverno, cá estou novamente... Graças ao Bom Deus. Vamos ao que interessa. Cada vez que leio as notícias, que vejo os telejornais -que mais parecem uma versão televisada do já falecido e esquecido "Notícias Populares", aquele mesmo, que espirrava sangue na primeira página- fico mais injuriado e revoltado com os desmandos e desvarios dos nossos governantes. É treta de equiparação salarial dos juízes federais com os estaduais, votação urgente no congresso que fica pra depois... Fiquei pensando... Podíamos mudar os dizeres da nossa bandeira... "Desordem e retrocesso" caberia melhor na atual situação. O que acham? Revolta pura, meus velhos. Bem que merecíamos algo melhor. Esse país aqui é o melhor lugar do planeta para qualquer coisa. Sol o ano inteiro, as mulheres mais bonitas do mundo, não temos terremotos, maremotos... Mas, em compensação... Os que mandam (ou desmandam) no país não sabem nada. Estamos entregues à sorte. Temos que lutar. Reclamar. Fazê-los ouvir nossas vozes. Afinal, como diz o título desse singelo blog, nós, que somamos quase 190 milhões temos que causar medo neles. E não eles, meros imbecis e sem ideologia nenhuma, a não ser a do próprio bolso cheio -nem que isso custe a vida de milhões de brasileiros- devem nos causar medo, a fim de ficarmos sentados em nossas casas simplesmente aceitando todo o tipo de lixo que nos empurram por aí.
Lembram-se dos cara-pintadas? Pois é, nos chamavam de loucos. Deu resultado. Me recordo que nós organizávamos caravanas do nosso colégio para ir ao Masp lutar contra aquele que um dia se intitulou "o exterminador de marajás", mas esqueceu de se incluir neste seleto grupo que, ainda nos dias de hoje, toma conta do país.
Vale dizer também que o que veio depois do Collor não foi grande coisa. Até os dias de hoje. Infelizmente o marasmo político e a burrice eleitoral aumentam a cada ano. É a política da boa vizinhança. O partido vizinho que pagar mais, leva o político do outro. Cansamos de ver candidatos mudando de lado. Não existe mais direita, esquerda ou centro (centro, que aliás, ao meu ver, jamais existiu. Ou se é extremista ou não. Não conheço outra definição). Quem tiver mais dinheiro, tem os candidatos mais fortes. E assim vai.
Lembro-me da época da ditadura, que durou até meados de 1985, quando houveram as primeiras eleições diretas para presidente, onde o Tancredo foi o vencedor, mas nunca assumiu. Morreu nas Clínicas, morte esta jamais esclarecida de forma clara e transparente. O Sarney assumiu, a inflação passava dos 100% ao mês. Era aquela baderna que todos nós já sabemos.
Mas, como eu estava dizendo, na época da ditadura, os militares tinham grupos especializados em combate à estudantes, considerado por eles "ameaça iminente ao governo da direita", como disse Tarso de Castro, um dos mais polêmicos e controversos jornalistas desse país "... os policiais especialmente treinados pelo Dops não poderão ser usados para a captura de ladrões ou assassinos, sua função específica é enfrentar os perigosíssimos estudantes e suas potentes armas, tais como lápis e papel.", na sua coluna no jornal "Hora H" da cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, onde travava uma batalha diária contra os abusos do militarismo. Batalhas essas que lhe renderam algumas prisões como relata Tom Cardoso, um grande amigo meu, no livro que conta a vida de Tarso de Castro. Vale a pena conferir essa obra literária.
Se os estudantes daquela época causavam medo e mobilizavam o governo, porque não rola isso hoje? O que aconteceu? Enfraquecemos? Não podemos esmorecer em momento nenhum. Já dizia Che Guevara "Hay qui endurescerse siempre, pero sin perder la ternura jamais". E tem que ser assim.
Vamos, então, à luta, irmãos e irmãs, não podemos deixar nosso amado Brasil se tornar cada vez pior. Estamos à beira do abismo. Se dermos o tão esperado passo à frente... Lutemos contra essa máfia de terno e gravata que comanda o país. De que adianta criar CPI´s a rodo, se nenhuma delas têm o resultado esperado pela população? O Distrito Federal bem que podia se chamar "Detrito Federal", tamanha a imundície que se tornou aquele pedaço engravatado do país. A piada está se tornando cada vez mais sem graça. Como diz meu primo, Nivaldo, em uma de suas letras, -CPI.... Crimes praticados impunemente... É a mais pura realidade!
Então é isso. Conhecimento é força! Informação é poder!
E não se esqueçam: -Anarquia não é bagunça!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Alê, meu camarada, obrigado pelo elogio ao livro. É isso aí. Falta um pouco de espírito combativo aos jovens de hoje. Falta um pouco de Tarso de Castro.

abraço!

Tom.